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Mostrando postagens de agosto, 2017

PÃE & MÃES

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Pensando sobre a maternidade, e claro, paternidade. Eu tentei ser o que minha mãe não foi para mim...hoje sem críticas a ela porque sei que dentro do conhecimento e capacidade ela fez o melhor que pode. Sei também que a escolha de estar na família que estou foi uma escolha prévia no plano espiritual para melhoria do meu espírito e remissão das minhas faltas ou aprimoramento. Mas, dessa vida o que lembro é de ter estado em muitos hospitais levando minha mãe - daí criei uma aversão por medicamentos. Assim quando tive meu filho jurei a mim mesma não demonstrar qualquer doença, a aguentar firme qualquer dor porque minha experiência tinha sido muito ruim. A maturidade chegou e hoje tenho que tomar alguns remedinhos, os tenho tomado conforme a orientação médica para ficar bem, e essas drogas sempre têm algum efeito colateral – a azia e refluxo são os meus, mas sempre penso que devo suportar porque isso é bem suave quando imagino pessoas com problemas maiores que os meus. O

DIA DOS PAIS

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Que seja um dia comum Não tem a ver com casa de ferreiro mas, lá em casa, mais uma vez, comemoraremos o Dia dos Pais com constrangedora modéstia. Apesar de falarmos sobre criação de filhos o tempo todo, eu e minha esposa temos um certo desdém pelas datas comemorativas. Não celebramos o Natal, a não ser pelos familiares; não damos presentes no dia das crianças, pelo que já me sinto neste exato momento julgado por você; e, uma vez, dormimos às nove da noite na virada do Réveillon. Somos, portanto, chatíssimos. Acreditamos que a vida é mais divertida quando é uma busca constante por significado, não uma alternância entre a melhor festa da sua vida e prozac terça à noite. A vida é deliciosamente chata, vamos ao supermercado, andamos de bicicleta, dormimos juntos quando a pequena tem medo, nosso fogão está com uma das bocas entupida. Datas comemorativas são, por essa lógica, só mais um dia no calendário. São importantes para reflexão, mas não podem condensar todo o significado d

OS PREFERIDOS DA MAMÃE

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Sim, os pais tem dificuldade em admitir a preferência, mas ela existe – a ela se dá o nome de afinidade. Algumas estatísticas dizem que os preferidos costumam ser os primogênitos, ou os mais fragilizados (por doenças, por exemplo) ou os caçulas (os que nascem por último). São apenas estatísticas, mas sabemos que essa afinidade acontece com qualquer dos filhos. Já ouvi muitos filhos caçulas dizerem que a eles coube o que sobraram dos outros: roupas, sapatos, brinquedos, inclusive afeto. Óbvio que socialmente espera-se que os pais não façam distinção entre filhos, mas, a afinidade é um fato e quando exacerbada e percebida por outras pessoas menos a mãe, então é preciso que busquem ajuda profissional para evitar o sofrimento daqueles que se sentem menos favoritos. Afinidade é diferente de amor, aos pais cabe amar e proteger seus filhos em todas as fases do crescimento. Quando o favoritismo é intenso gera desigualdade e desavenças com os outros irmãos. Veja se reconhece as

NINHO

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Não gosto muito de saber As verdades do mundo. Prefiro inventar  Minhas próprias verdades. Por vezes raras Vejo jornais. Ontem vi uma mãe Chorar o filho morto a tiros, Por animais que professam Pertencer à espécie humana. Ao descer do prédio, Deparei-me com uma mãe beija-flor. Ela construiu seu ninho Em cima da minha garagem. Quando me viu, colocou-se entre mim e o ninho, Batia as asas, ameaçava atacar-me, E retornava à proteção de seus ovos. Cheguei a pensar comigo: – Será que essa mãe viu o jornal da tarde? Olhei bem para aquele ser minúsculo, Dócil, frágil, Que tentava afugentar-me a todo custo, E disse: Fica em paz, Minha forma ainda é humana, Mas meu coração passarinho. Nara Rúbia Ribeiro

AUTO-ENGANO

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Eu sou um mosaico de medos, Mas isso é segredo. É preciso amoldar-me ao mundo. Aqui, na ânsia de ser aceito, Releva-se a poesia emoldurada do que se é E sublima-se a aparência do que se quer. Preciso esconder a arte rebuscada dos medos E exibir a máscara medíocre De minhas falsas certezas. Quantos incautos crerão Em minha fortaleza interior? E assim também eu perco a arte do humano. Finjo perene coragem E, em alto estilo, Dissimulo o meu auto-engano. Nara Rúbia Ribeiro

SOU

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Quando o meu coração Se soube eterno Fiz as pazes Com o tempo. A espera não dói. A ânsia de amor Não mais me consome. Teus olhos me cegam E me conduzem Ao outro lado das Eras E no quanto existas em mim Eu sou. Nara Rúbia Ribeiro