SE



Não importa se quem sofre
É americano, europeu,
Afegão ou australiano.

Não importa se quem sofre
É anglicano, judeu,
Cristão ou muçulmano.

Importa quem sofre,
Porque todos eles
São filhos.

Como podes julgar
Se vês só até onde tua vista alcança
E do lugar em que estás?

Se os sapatos de Treblinka
Ainda teimam em andar,
Lembra-te que a paz insiste em voar.

Afia tua faca com o melhor moleiro
E corta, sem dó,
Todos os preconceitos.

E fazes agora,
Porque passado é lembrança;
Futuro, esperança;
Agora, só agora, é.

Dissolve o inverno,
Sem prelúdio e, de súbito,
No verão da tua alma.

Verás que era sonho
O que julgavas real: tudo era “se”.
E, sendo imaculado o sonho,
O que julgavas real se despe; é agora limpo.
Cássia Janeiro, poeta.
Poesia premiada no Nósside/Unesco, único prêmio mundial de poesia.



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